quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Vale a pena ser político?



Vale a pena ser político?

Professor Nazareno*

Para Aristóteles, a ciência mais importante é a ciência política, pois é esta que decreta a existência ou não das outras ciências. É ela, enfim, que determina como devem, e se devem, ser estudadas as outras áreas do conhecimento. Desde os meus 20 anos aproximadamente que ouço pessoas dizerem para que eu entre na política. Não quero e nunca quis, pois entendo que essa arte é totalmente diferente do que se vê por aí. Embora admita com muito remorso e vergonha, como uma prostituta rasa e sórdida, que já fiz campanhas para o PT, um partido que admirava no início de sua fundação. Se tiver que ir para o inferno por causa disto, irei tranquilamente e aceito até ser castigado pelo Satanás. Mas é bom que se diga: ser governador de Estado, prefeito de qualquer cidade, deputado, vereador ou senador não tem valido muito a pena nos dias de hoje.
Sempre tive a firme opinião de que se eu for eleito em um determinado lugar, desapareço para sempre deste lugar. Não acredito que alguém em sã consciência votaria em mim para alguma coisa, para qualquer cargo. Além do mais, ser político hoje em dia no Brasil não tem mesmo valido muito a pena. O Ministério Público e a Polícia Federal geralmente “atrapalham” tudo. Não se pode mais fazer nada em benefício dos mais necessitados. Qualquer obra é fiscalizada, vasculhada, auditada, acompanhada de perto. É licença ambiental, licença disso, licença daquilo. E até para licitar a obra de qualquer empreendimento e “entregar os trabalhos” aos amigos e conhecidos, a burocracia e a honestidade atrapalham tudo. Coitados de muitos governadores, prefeitos e até ministros. Não se pode mais “trabalhar” sossegado neste país. Desconfia-se de todos.
Mas o que leva uma pessoa rica e bem sucedida na vida a entrar neste mundo sujo, amoral, hipócrita, promíscuo e sórdido? É para ganhar mais dinheiro e aumentar a sua fortuna ou é simplesmente para ser solidário e filantropo? Há muitas pessoas que ainda acreditam na segunda opção. Hoje em dia nem precisa ter competência para exercer um cargo. Qualquer um pode se candidatar. Basta ter dinheiro. Muito dinheiro mesmo, pois os caminhos se abrem mais facilmente. Como pode uma das maiores economias do mundo ter uma qualidade de vida sofrível como a nossa? A corrupção, a roubalheira e a incompetência da maioria dos gestores públicos brasileiros explicam este paradoxo. Enquanto isso, continuamos sem esperança nenhuma. Por causa dos políticos, o Brasil não tem futuro. Daqui a 30 ou 40 anos, estaremos no mesmo buraco.
Para mim e talvez para muitas pessoas que se julgam honestas, não vale a pena ser político, mas para os espertalhões de sempre, essa “profissão de risco” é e sempre foi um bom negócio. Estou perplexo, pois a nova Assembleia Legislativa de Rondônia tomou posse há poucos dias e ainda não surgiu nenhum escândalo por lá. Será que já há telefones monitorados? Incrível, mas nenhuma operação está em curso: a nossa ALE não é mesmo um primor? MP e Polícia Federal fiquem alerta. Ser político devia ser uma profissão como outra qualquer. Por estranho que possa parecer a um cidadão brasileiro, existe um país na Europa onde os políticos ganham pouco, usam ônibus coletivo, fazem a sua própria comida, lavam e passam suas roupas e são tratados simplesmente por “você”. É a Suécia. Tomara que a iniciativa de um deputado estadual de Rondônia em devolver o seu auxílio-moradia vire moda entre os políticos. Tomara, mas não acredito.




*É Professor em Porto Velho.

Um comentário:

Valdemar Rodrigues dos Santos Filho disse...

No brasil vale e como vale, você entra pobre e sai rico e ainda leva toda sua familia junta; outro ponto de vista, raramente vai preso, o seu nome nunca sera o mesmo, ex. o lula é chamado de presidente e não lula, o outro ponto é ele representa o povo mais o povo é só a fachada ele já vai ficar para terceiro plano isso se sobrar, na ordem a politica brasileira vem assim: primeiro o partido, depois o candidato,depois seus interesses,depois seus parentes, depois o País e se sobrar o povo e ponto.