domingo, 11 de maio de 2008

Artigo do professor Nazareno sobre a briga do Exército com o Estado de Rondônia por causa do terreno do nosso futuro teatro.

Missão de Picadeiro: Exército de mentirinha

* Professor Nazareno

Desde janeiro de 1985 com a eleição indireta de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral e a posse do seu vice, José Sarney em 15 de março desse mesmo ano, que os militares brasileiros deixaram o poder e voltaram para a caserna. Foram mais de duas décadas de repressão brutal contra os oposicionistas e cerceamento das liberdades individuais. Foram os duros “anos de chumbo” da Ditadura Militar. Tristes lembranças aquelas em que o Exército brasileiro torturava barbaramente os militantes de esquerda e praticava toda a sorte de crimes hediondos contra quem já não podia resistir. O nosso Exército em 1964 golpeou as instituições democráticas, rompeu a legalidade institucional do país e estuprou o Estado de direito apenas para satisfazer a elite nacional e adular os norte-americanos em tempos de Guerra Fria com a absurda desculpa de afastar o perigo comunista. Logo eles, os militares, que nada tinham a perder caso o Brasil virasse uma república socialista. Ou então eles eram muito ricos para temer o marxismo.

Mas passados tantos anos depois do pesadelo militar, eis que os ‘milicos’ procuram sempre que podem “colocar suas mangas de fora”. Sem ter muito o que fazer e vivendo num clima de constante hibernação dentro dos quartéis, vez ou outra eles aparecem em busca dos holofotes da mídia. No último mês de agosto, o Alto Comando do Exército lançou uma nota sobre o livro “Direito à Memória e à Verdade” sobre os desaparecidos políticos e que, segundo vários articulistas do país, “ainda continuam fortes e firmes nas Forças Armadas do Brasil a mentalidade golpista, certa resistência ao poder civil e uma dose de indisciplina incompatível com a vida militar”. Recentemente em Porto Velho, a soldadesca da 17ª Brigada de Infantaria e Selva, um dos tentáculos do câncer militar do país, tomou de assalto, no centro da capital rondoniense, um terreno onde seria construído pelo Governo do Estado de Rondônia, o teatro da nossa capital. Alegaram ser um local pertencente à União e por isso tentaram justificar a pirotecnia e o circo montados no local, pois isto parece mais uma missão organizada num picadeiro e não dentro de um quartel. Ou então é puro saudosismo de quem quer a volta daqueles tempos bicudos.

Medir forças com quem não as tem parece ser uma das atribuições do Exército brasileiro. Por que será que as nossas Forças Armadas não deram nem um pio quando o Exército boliviano invadiu no ano passado as refinarias da Petrobrás pertencentes ao Brasil? Se os nossos soldados estão de quarentena para defender o país como lhes é ensinado, o mesmo Alto Comando deveria ter publicado pelo menos alguma nota. Ou será que o Brasil não tem combatentes aptos a defender o país? Colocar a tropa para enfrentar sapos, moscas e carapanãs num terreno baldio no centro da capital rondoniense pode até ser uma medida de desmesurada ambição territorial e ato patriótico só que desprovida totalmente de civismo já que tenta proteger de nós mesmos um naco do nosso próprio território. Construir um teatro é valorizar a cultura de um povo. Os generais deviam saber disto. Além do mais aquele terreno pertence sim, aos rondonienses e como Rondônia pertence ao Brasil... O terreno é do povo que mora aqui e pronto, ninguém deve nos tomar.

Que os militares brasileiros de um modo geral não gostam de cultura já é sabido, pois foram eles que durante a infame Ditadura Militar censuraram jornais, revistas, rádio, televisão, peças teatrais e todo tipo de manifestação cultural dos brasileiros. O que é de se estranhar é que em pleno século vinte e um e vivendo numa sociedade onde a democracia já é um fato consumado, eles ainda patrocinem espetáculos bizarros em praça pública. A não ser que exista por trás deles a mesma força que os motivou na aventura tresloucada de 64. A nação treme só de pensar na remota possibilidade da volta dos porões do DOI-CODI. Em tempos de globalização, o ideal seria extinguir totalmente as nossas Forças Armadas como já fizeram alguns países. Se não conseguimos enfrentar nem os bolivianos imagine-se encarar uma potência militar de verdade no campo de batalha. São quase 350 mil homens e mulheres descansando nos quartéis à espera de um combate que nunca chegará. E pior: todos eles recebendo excelentes salários (soldos) que são pagos com os nossos suados impostos. Alguém arrisca dizer quanto ganha um general de Brigada?

*É professor no Colégio JBC em Porto Velho – profnazareno@hotmail.com

6 comentários:

Anônimo disse...

Professor Nazareno adorei esse seu texto pois ele relata tudo o que realmente acontece nos quartéis, e sem contar que ainda existe soldados de desviam alimentos dos quartéis e na maioria das vezes são os generais, é um absurdo!!!


Viviane 3J JBC

Anônimo disse...

Que a "soldadesca" da 17º brigada fiz mal em ocupar um espaço que seria usado para a construção de um espaço cultural em Porto velho eu concordo, mas pode ter certeza que os soldados não ficam apenas descançando esperando algum confronto, se fosse essa molesa toda tenho certeza que muitos não desistiriam de ficar lá dentro.

Anônimo disse...

Retrate-se COM PORTO VELHO

Talvês seja professor, mas com certeza não é respeitador, só porque um dia foi forasteiro em nossa terra que hoje o acolhe e até o emprega, dando o sustento de sua família e até conforto de abrigo. Seu nome “nego” escrever, e essa palavra devia lher ser uma bela lembrança de sua terra natal que, na bandeira de seu estado está estampada como símbolo de seus conterrâneos e de sua federação. E por falar em símbolos, não querendo ser mal educado como ele o foi, gostaria de dizer que sou portevelhense sim senhor, filho de alagoano e ainda por cima, estou a nove anos morando em João Pessoa, que deveria ser a sua capital querida, que em resposta ao seu escrito medonho, declara em letras claras que renega sua terra mãe, causando vergonha aos seus conterraneos e sua origem, deixando de lado o “cabra da peste” nordestino, pra ser um solitário na terra do nunca, fazendo valer que, nem lá e nem aqui ele tem amor local. Ao invés de pedir desculpas pelas letres nojentas que montou, ainda tenta se explicar agredindo um homem que, sempre que pode, ostenta sim, mas, o amor por sua terra, desde São Carlos até os confins de nossas fronteiras. Parabéns Zecatraca! Seu codinome deve ser sim respeitado, defenda sempre nosso lar, pois tivemos muitos de fora que aqui chegaram e montaram a nossa “capitar” e sentiram-se orgulhosos em serem pioneiros numa terra distante e difícil, como foram os nossos pais. Ao retrucar nossas defesas, senhor “professor”, por favor, refaça um exame de consciência e peça desculpa a todos, inclusive ao defensor, as sandálias da humildade bem caberiam nesse momento, a fim de que, readiquirisse seu prestígio pedagógico, pois nesses dias de comentário, ví não só a expressão pública do nosso defenssor, como também de várias outras pessoas que, estão indignadas com suas expressões nefastas e ouvi também de vários alunos seus, inclusive parentes meus, demonstrando certa dúvida se que o senso crítico que o senhor tanto ensina, não seria uma forma de demonstrar ou fazer apoteose a um facismo em você enrrustido. A comparação com “falos de jumentos” parece até gozação, porém, é melhor buscar uma ajuda psiquiátrica, pois Freud, já dizia que a pessoa que faz de objetos, instrumentos de prazer, pode e deve ser tratado como doente mental, e se o senhor vê tais “falos” em nossas “Três Marias”, fico imaginando o que diria se estudasse a história de sua capital de origem, que na sua bandeira primeira trazia alguns “pães de açucar”, que representavam a boa qualidade do açucar ali produzido, um pouco mais curto afianal que as nossas caixas d’águas. Como pode ver, sendo de Porto Velho e morando em João Pessoa, posso dizer com certeza, que vivo hoje numa terra boa, acolhedora e de belas paisagens, terra da fronteira mais oriental e nasci na terra da fronteira bem ocidental. Amo as duas de coração, tenho apreço tanto aos meus de origem como aos meus de escolha atual, não teria coragem nenhuma, mesmo com muita tristeza pelas suas colocações, de agredir a Paraíba em nada, nem aquele bom povo, e, ainda assim, com coração de portovelhense, peço, retrate-se professor, que, por minha pessoa, como disem na sua terra, você já está perdoado, pois, tenho certeza absoluta que, vais continuar em Porto Velho e desse dia em diante, medirá mais as palavras, a fim de não ofuscar suas boas idéias.

Paulo Quintela da Silva
06/11/2009

Anônimo disse...

Sinto informar, mas seus comentários e suas idéias contraditórias deixam qualquer pessoa atônita e perdida no meio disso tudo. No site do Rondôniaaovivo ( http://www.rondoniaovivo.com/news.php?news=56567 ) o senhor afirma que essa terra é feita de "matutos". Mas porque diabos matutos iriam querer um teatro? Se o senhor afirma que não temos cultura, o que iríamos colocar num teatro? O senhor que não seria, pois certamente não gostaria que "matutos" entrassem num teatro, pois não é lugar deles. Enfim, se não gostas da terra dos "matutos e caipiaus" porque não se muda para a Inglaterra? Lá ele são tão evoluídos que desmatam uma floresta para inibir o sexo ( http://consciencia.blog.br/category/meio-ambiente/desmatamento .)Ou então para a Espanha, onde a elevadíssima cultura de matar bois deixa clara a "apoteose européia". Também poderia ir para a Cidade Luz na França, lá existem divinos esgotos que exalam o lixo fétido da cidade, da qual o senhor poderia falar mal. Podes ir também para os Estados Unidos onde pode falar mal dos jovens que consomem drogas e dos "cowboys" que seriam os matutos do Brasil. Poderia citar diversos problemas em diversos lugares do mundo, mas afinal, lugar nenhum é perfeito, o problema dos mundo são as pessoas, que reclamam demais e fazem de menos. É triste pensar que uma pessoa que passou anos "estudando" tenha uma opinião triste e deprimente. Com apenas quatorze anos vejo que o mundo está evoluindo, pois os mais jovens têm pensamentos melhores que os seus. Gostaria de agradecer por postar essas grotescas opiniões, que nos fazem sentir felizes e informados, também agradeço por me "obrigar" a postar meus pêsames, pois me informei muito antes de escrever isso, creio que o senhor deva fazer o mesmo.

Atenciosamente.

Ítalo X. Marques

Ana Paula Gonçalves disse...

Ei professor, dá uma olhada nessa animação que fizeram sobre a 'cultura' do povo brasileiro, não sei se o sr vai concordar, eu concordei e achei bem interessante, por isso resolvi te mostrar tbm. Não é vírus, e a tela inicial é pra carregar o video todo.
http://www.dcstudio.com.br/animas/Antirebolation.swf

Ana Paula Gonçalves - 2º A

Anônimo disse...

Prezado Ítalo

Sou uma aluna do Professor Nazareno, venho aqui te informar que você deveria fazer coisas melhores que ler os textos do professor, visto que o próprio afirma que escreve bobagens. E digo mais, o mesmo não se contradiz em suas críticas você que não compreende o sarcasmo de suas palavras. Pelo que vi você é muito jovem e não sabe o valor da liberdade de expressão; não tem nem metade da experiência do professor, muito menos foi perseguido na Ditadura Militar por tentar dizer o que pensa.
Rondônia pode sim ter cultura, mais essa ''cultura'' não é apoiada pelo estado, sou artísta e luto para ter um local digno de ensaio.
Críticar outros países, não irá resolver nossa situação. Do que adiantar falar mal do que não é nosso e esquecer nosso patrimônio? Se falarmos mal dos outros países, sabe o que provavelmente eles irão dizer.
_ cala boca, quem são vocês para falar mal de nosso povo se o seu anda pior, ou melhor a passos de carangueijo.
Pois deixe de ser medíocre, o que está errado é pra ser dito mesmo, não adianta fechar os olhos e fingir que não vê.
E mais procure pesquisa sobre coisas do assuto, Pôr argumentos fracos é tolice, criticou algo e não falou nada a respeito. Por acaso sabe da briga do governo e o exército pelo terreno? sabe quando o teatro deveria ser entrege para o povo Rondôniense?
Hum, vi que você estava mais preocupado em críticar a pessoa do professor que seu artigo. Portanto ao invés de pesquisar milhares de coisas que não se encaixa nesse contexto, Tente pesquisar sobre o Professor quem sabe você possa adiquirir metade do conhecimento dele.

Atenciosamente
Giovanna Stéfany